Páginas

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Geração @: Quem são e como se comportam



Também conhecida como Geração Z, perfil foi foco de pesquisa

Os teens de hoje que têm entre 13 e 18 anos em breve tomarão o poder do mercado de consumo, assim como os seus “antepassados”, a Geração Y. Eles nasceram e vivem na era digital, estão interconectados, super informados, têm um sentimento crítico elevado, são egocêntricos, precisam ser reconhecidos e procuram seus próprios momentos de fama. Para eles, as marcas continuam sendo relevantes em suas vidas para construir sua identidade, aponta a pesquisa “Geração @ e as Mudanças dos Consumidores Teens”.




O estudo realizado pela Enfoque Pesquisa de Marketing no Brasil e apresentado ontem, dia 22, na sede da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa mostra um adolescente cuja vida passa 24 horas por dia nas telas. Principalmente a do computador, para acessar a internet, em que 77% preferem passar o seu tempo, contra 66% da Televisão e 54% do celular. Mas eles não consumem uma mídia de cada vez. 

Enquanto estão na internet, os teens multitarefa ouvem música, falam ao telefone e assistem à TV, nesta ordem. O ambiente digital é um território conquistado por eles e onde têm suas próprias linguagens. A disputa pela atenção deste público é cada vez mais feroz. Tudo que se passa na vida deles hoje tem uma tela. Eles não consomem mídia, mas sim conteúdo que os permite interagir e compartilhar, principalmente nas redes sociais. 

Geração Display
As redes sociais são parte fundamental na vida dos adolescentes brasileiros para se socializarem, conhecer pessoas, ter reconhecimento e auto-estima. Em seus perfis, eles se mostram como querem ser vistos, geram e compartilham conteúdo constantemente. “Os teens de hoje são autores e protagonistas de seus momentos”, afirma Zilda Knoploch, CEO da Enfoque Pesquisa de Marketing (foto). “É uma geração display. São obcecados por se verem e serem vistos. Até o processo de paquera mudou. Primeiro ele se mostra e depois conhece”, explica.

Agora, as marcas precisam conhecer e interagir com esses jovens que Zilda chamou de Geração @, também denominada por Geração Z. Eles são adolescentes nascidos após 1995. A forma de fazer Marketing tem que ser diferente. “Temos que entrar na vida destas pessoas, acompanhar a vida delas e se relacionar. Não é mais um discurso da marca para o teen, mas uma conversa entre os dois”, diz a CEO da Enfoque.

É uma interação sem fim que tem como base o conteúdo. As marcas que não tiverem conteúdo e um propósito estarão fora do jogo. Elas precisam preencher um espaço que está vago na mente dos novos adolescentes que se mostram sem perspectivas, uma vez que 52% das mais de 1.500 pessoas entrevistas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, das classes A, B e C, se mostram abertos a morar em outro país. Elas não têm confiança nas empresas, nos políticos, nem no Estado, mas 70% dos garotos e garotas confiam na Igreja, seguida da Seleção Brasileira de Futebol, do Exército, da Rede Globo e dos Bancos.

Atitudes diferentes, mas nem tanto
Em meio a uma fase de transição, os novos teens se mostram materialistas e extremistas em relação às suas emoções. Assim como a Geração Y, querem tudo para ontem e alguns deles já sentem falta de tempo para fazer tudo que gostam. É um fenômeno decorrente da maior gama de atividades diárias além da escola, principalmente nas classes AB. Seus ídolos não estão no esporte, mas sim na família, sendo a mãe a principal.

Sobre o futuro, a maioria não tem ideia do que acontecerá a eles, apenas querem desfrutar o hoje. A diferença é que, na classe A, alguns desejam estudar e trabalhar no exterior. O vasto acesso a informação lhes permite sentir que o mundo cabe em suas mãos. Num ambiente de excessos, a opinião de seus amigos é confiável e mais influente que a das marcas. 

A música está presente em todas as situações que este jovem passa, formando a trilha sonora da vida dele mais do que no passado. O que não muda, segundo a pesquisa, é que as marcas continuam representando os códigos de moda para esta geração, seja como pertencimento, para obter status ou até mesmo se diferenciar.



Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/16,17734,geracao-quem-sao-e-como-se-comportam.htm

Brasileiros têm 4º maior consumo de álcool das Américas, diz OMS



No continente americano, país fica atrás de Equador, México e Nicarágua. Homens consomem 24,4 litros por ano; mulheres, bem menos, 10,6 litros.

Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro por ano. No continente americano, o valor é menor apenas que os do Equador (29,9 litros), do México (27,2 litros) e da Nicarágua (20,5 litros) (veja quadro abaixo). Os dados dizem respeito a pessoas acima de 15 anos que bebem (não à média da população).


As informações foram divulgadas em um relatório global sobre saúde e consumo de álcool da OMS, com dados referentes até o ano de 2005. Entre os homens, o consumo anual é de 24,4 litros. Já as brasileiras tomam 10,6 litros por ano.
No Brasil, 54% das pessoas que bebem escolhem cerveja. Destilados são a opção de 40%. Vinho responde por 5% e outros tipos de bebida somam 1%.

Uma conta simples é capaz de mostrar como não é difícil chegar ao valor apontado pela OMS: as principais cervejas brasileiras têm um teor alcoolico de até 5%. A latinha comum, distribuída em bares e mercados do país, tem 350 mililitros - ou 17,5 mililitros de álcool puro. Usando esses valores como exemplo, um brasileiro precisaria tomar menos de 3 latinhas por dia para ultrapassar 18,5 litros por ano.
Segundo a OMS, o consumo global de álcool mata 2,5 milhões por ano, por causa das doenças relacionadas ao abuso da bebida. O valor é equivalente a 4% de todas as mortes no mundo, tornando o álcool mais letal que a Aids, a violência urbana e a tuberculose.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

4 lições que te auxiliarão no seu desenvolvimento pessoal


O caso de empreendedorismo de hoje foi contado por Valter Mello, engenheiro daClínica Logística, em seu blog. Nele, Valter conta algumas lições aprendidas na sua carreira de consultor e que podem fazer a diferença para quem quer se destacar.


Seja mais agressivo
Agressividade no bom sentido é sempre bem vinda! A agressividade nesse contexto significa não ser acomodado, não se deixar levar pela situação, e sim desafiar os fatos e enfrentá-los de forma positiva. Significa também correr riscos e assumir suas consequências. Lembre-se que só erra quem faz!
Atualize-se / Informe-se / Leia
A informação em nossos dias é uma entidade extremamente volátil. A verdade de agora poderá ser posta à prova e refutada nos próximos 5 minutos. Por isso é imprescindível a atualização constante.
Informe-se sempre ainda que de forma autodidata. Só não acredite em tudo piamente. Critique e duvide!
Leia manuais, livros técnicos, “white papers”, catálogos, inclusive fora de sua área específica de trabalho, e mais biografias, livros de arte, páginas esportivas, até bulas de remédio. O importante é que se tenha informações constantes. Traçar uma meta diária de atualização e informação e tão importante para o seu cérebro quanto ir pra academia.
Use um pouco mais do seu tempo para inovar
Pense diariamente naquilo que você faz e como poderia ser feito de forma diferente.
Se você produz algo, pense nas alternativas que poderiam substituir ou eliminar o seu produto. Quer um exemplo? Pense na reviravolta provocada pela fotografia digital para os “reveladores de fotografias”, ou nos fabricantes de agulhas fonográficas quando a Philips inventou o CD. Nos fabricantes de fitas entintadas para máquinas de escrever, etc… Salve-se! Pense no futuro do seu produto ou serviço e INOVE!
Provoque para si “notoriedade".
Uma velha história à respeito disso é aquela sobre as qualidades do ovo de pata. Pode ser fantástico mas quem vende mais é a galinha porque faz mais barulho!
É tudo uma questão de propaganda. Dentro dos limites éticos e sem pisar no ombro de ninguém, é sempre bom estar sob os holofotes. Portanto, escreva, dê palestras, mostre que você é um especialista.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Gay friendly: conheça as marcas amigáveis aos homossexuais

Pesquisa indica que um a cada dois brasileiros considera importante que as empresas adotem postura afirmativa em relação à homossexualidade



Um a cada dois brasileiros considera importante que as marcas sejam amigáveis aos homossexuais. É o que indica um estudo feito pela Market Analysis. Segundo o levantamento, no entanto, apenas um entre 10 entrevistados afirmaram conhecer marcas com atitudes positivas em relação ao público homossexual. Entre as empresas mais citadas aparecem, principalmente, as de cosméticos e moda, como C&A, Riachuello e Johnson & Johnson.
O destaque da pesquisa é a necessidade de uma posição afirmativa em relação ao público homossexual por parte das marcas, assim como a compreensão de que estes não são consumidores marginais e que merecem atenção. Mas é importante evitar exageros para não errar a dose.
Cada vez mais, as empresas devem dar uma atenção maior a produtos e serviços que sejam adequados a homossexuais, o que não significa, necessariamente, o desenvolvimento de uma linha específica. O importante é que a marca como um todo transpareça o posicionamento de intolerância em relação à homofobia.
 Clientes respondem por 15% do consumo
É essencial também que as companhias entendam o potencial deste mercado. A estimativa da Market Analysis é de que estes clientes respondam por uma fatia de 15% do mercado de consumo e a maioria pertença às classes A e B. “Ainda é um nicho, mas o poder de compra desses 15% é bem superior ao de outros 15% quaisquer da população”, explica Fabián Echegary (foto), Diretor da Market Analysis, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A primeira edição da pesquisa sobre marcas “Gay Friendly” teve como objetivo entender a necessidade de uma orientação específica para despertar a compreensão sobre a oportunidade existente com foco nestes consumidores. O levantamento faz parte do Estudo sobre Sociedade e Tolerância, realizado pela Market Analysis, que entrevistou 800 pessoas, entre 18 e 69 anos, residentes em nove capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia e Brasília).
Dos entrevistados, metade (50%) afirmou que é importante que as marcas que gostam sejam amigáveis aos homossexuais, enquanto 54% disseram ser necessária a existência de produtos e serviços com esta orientação. Contudo, apenas 9% dos pesquisados disseram conhecer empresas que tivessem uma postura afirmativa em relação ao tema.
C&A é a mais lembradaEntre as marcas citadas, a C&A foi o destaque, com 12,6%, por ter uma linha de roupas que é percebida como não rotulada para homossexuais ou heterossexuais e também pelas ações sociais realizadas pelo Instituto C&A. Em seguida, aparecem Oi (5,3%), Riachuello (3,6%) e Johnson & Johnson (2%). A lista conta também com salões de beleza (4,7%), TV Globo (3,4%), call centers (3,2%) e hospitais (3%). Marcas de moda em geral também foram lembradas por 3,2% dos consumidores, assim como as de cosméticos (2,9%).
Basicamente, as marcas ligadas ao varejo de moda são as mais bem posicionadas. Este mercado, no entanto, deve estar na mira de outros segmentos. “O próprio setor de varejo alimentício poderia ter uma presença clara a partir de uma proposta que combine com conceitos de saúde, estilo de vida e abrace também a ideia de uma orientação sexual aberta”, acredita Echegary.
Outra surpresa do levantamento foi o fato de nenhuma empresa vinculada aos setores de turismo, entretenimento e lazer ter sido citada. Neste caso, a oportunidade de aproveitar o potencial de consumo é mais clara ainda. “Para serviços, em particular, fica muito mais fácil criar uma categoria que atenda ao setor. Há uma necessidade de um posicionamento claro. Já em relação aos produtos, não é necessário desenvolver uma linha específica”, ressalta o Diretor da Market Analysis.
Segmentos como o de cosméticos, por exemplo, já contam com produtos que atendem às necessidades destes consumidores. Para não errar o tom, é importante fugir do esteriótipo e do discurso de que a marca é orientada ao tema. “As empresas devem mostrar que abraçam diferentes estilos de vida ligados à natureza, à vida urbana, à cultura, sem precisar se declarar necessariamente como marca gay”, diz o executivo.

O que é luxo para a classe C?




Pesquisa mostra quais são as ambições da chamada nova classe média brasileira

Tudo é luxo para a classe C. Pelo menos é o que diz uma pesquisa realizada pela Franceschini Análise de Mercado para conceituar o tema abordado no livro Luxo for All, de José Luiz Tejon, Roberto Panzarini e Victor Megido. O levantamento teve como objetivo registrar o que os consumidores emergentes pensam do luxo e indicar caminhos para as empresas que desejam aproveitar o potencial deste segmento.
Marcas como C&A, Riachuello, Carrefour e Marisa foram algumas das mais citadas pelos entrevistados. O estudo, no entanto, indicou que 64% dos consumidores da classe C não têm nenhuma marca de vestuário na memória que esteja ligada a luxo, assim como 62% também não citaram uma loja específica. Os números indicam as oportunidades para as empresas que souberem encantar esses clientes.
Apesar do mercado vivenciar movimentos de companhias como o Grupo Boticário, que lança a marca de cosméticos Eudora investindo principalmente em venda direta para atrair um público diferente da marca mãe, poucas são as companhias que entenderam a necessidade de oferecer o “luxo” que a classe C deseja. Outro exemplo recente é o de Marisa, que lançou a bandeira Marisa Lingerie, sem mudar o foco na classe C, com pontos de venda que pretendem oferecer a melhor experiência de compra possível, orientação e produtos diferenciados.
Metade não associa luxo à ostentaçãoEm muitos casos, é preciso repensar a estratégia das companhias ou, até mesmo, criar novas marcas, como fez o Grupo Boticário. “As empresas terão que desenhar outro tipo de negócio. Casas Bahia e Marabraz são redes que ficaram enormes respeitando o consumidor, com outra forma de cadastro, de lidar com o cliente, tratar o atraso e abdicar dos juros. Uma atitude às vezes mais respeitosa”, diz Adélia Franceschini, Sócio-Diretora da Franceschini Análise de Mercado, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Segundo a pesquisa, no entanto, apenas metade dos entrevistados associam o luxo à representação social do status e da opulência, chamado pelos autores de opolux. O resultado mostra que o caminho para as marcas que querem ser consideradas como luxo para estes consumidores é investir também no lado comportamental e no estilo de vida, e não apenas no material e na ostentação.
Do total, 25% não souberam definir o que seria luxo para si. Já 17% citaram o egolux, luxo íntimo, baseado numa escolha subjetiva, como uma boa casa, contas pagas e poder descansar. Outros 6% citaram ainda o luxo filosófico, que valoriza elementos como a consciência, o desapego, o bom gosto e ter saúde. Mas, para 27% deles, luxo é ter um bom carro, poder viajar, ter conforto e ir a um restaurante com a família, o poplux.
O que é luxo para a classe CExcelência, Estética, Experiência e Ética
E é no poplux que reside a oportunidade de reposicionamento e estratégia das marcas. “O luxo para a classe C é quase a idealização de uma vida confortável. Esses consumidores têm uma realidade tão oprimida por necessidades básicas, que luxo é a ideia de uma casa boa, um carro novo, entrar no supermercado e comprar de tudo um pouco. Coisas absolutamente adquiridas pela classe média, mas que na classe C passam a ser um sonho, algo quase inatingível”, acredita Adélia.
Por isso terão destaque as marcas que conseguirem tocar minimamente no ideário da classe C. A estratégia deve ter algum ponto de contato com este consumidor. Esta é a diferença entre redes como Carrefour e Walmart, por exemplo. “O Walmart não tem traço de percepção da classe C. Talvez por ser uma rede mais recente, ter um nome estranho para o brasileiro, pela própria estratégia de comunicação, a localização e todos os P’s de Marketing que pesam na percepção – ou não percepção – da marca”, ressalta a executiva.
Para as empresas que desejam praticar o “novo luxo”, o livro – lançado pela Editora Gente – aborda os 4 E’s que podem contribuir para a estratégia com foco nas sociedades emergentes: Excelência, Estética, Experiência e Ética. O primeiro deles refere-se ao comprometimento com produtos e serviços de qualidade assegurada. “Com um problema de renda maior, os consumidores buscam produtos excelentes, corretos, que durem. Isso vai contra a ideia de que, para a base da população, qualquer porcaria serve. O povo está aprendendo a escolher e é necessário ter excelência”, conta José Luiz Tejon, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A estética também é essencial, pois clientes emergentes querem o belo, como lojas com arquitetura aconchegante e produtos com design diferente. Já a experiência é o ponto de partida para a venda, os consumidores devem ser acolhidos, tratados com dignidade para que se sintam incluídos. Por fim, a ética é fundamental para garantir um relacionamento sustentável, duradouro e buscar conexões de longo prazo entre marca e cliente.
O que é luxo para a classe CNovos 4 P’s
Na abordagem do luxo para a classe emergente, os 4 P’s também mudaram. De acordo com o conceito do livro, os executivos devem levar em conta os novos 4 P’s. São eles Pessoas, Paixões, Produtos Cultuados e Pontos de Encontro. “Pessoas”, porque o olhar de atendimento deve ser outro, conter uma visão humanista, antropológica, compreendendo que, mais do que um consumidor, existe uma pessoa com anseios, angústias e desejos, que espera ser atendida.
A “Paixão” é o que vai engajar os clientes. As empresas devem ser apaixonadas pelo que fazem de melhor para transformá-lo em algo importante para as demais pessoas, envolvê-los na causa, seja na produção de bens de consumo ou na prestação de serviços. Consequentemente, os produtos devem ser cultuados, representar satisfação e cultivar o crescimento da autoestima de quem os consome.
“É preciso colocar os produtos em situações inteligentes de merchandising, como eventos. Eles devem fazer parte da cultura e dos valores humanos que precisam ser trabalhados pelas marcas. Já o último P refere-se ao entendimento de que as lojas, muito mais do que vender, são pontos de encontro. As pessoas marcam casamentos em unidades da Apple. Produtos, serviços e lojas são pontos de relacionamento que cultivam redes físicas ou virtuais”, explica Tejon

O segredo do sucesso de promoções inesquecíveis


Ações da Parmalat, da Coca-Cola e da Kibon são algumas das ações que fizeram marcas se eternizarem no coração dos consumidores

Quem não se lembra dos bichinhos de pelúcia da Parmalat? Ou do ioiô, os Geloucos e os mini-craques da Coca-Cola? Do caminhão do Faustão? O “Dá Dá Dá” da Pepsi? Ou ainda o iPod no Palito da Kibon? Muitas dessas e outras promoções famosas foram realizadas ainda na década de 1990 e até hoje estão na memória dos consumidores. Elas fizeram as marcas se eternizarem com uma ligação emocional com o público e ainda servem de inspiração para outras empresas que tentam repetir, muitas vezes, em vão essa repercussão.
Os prêmios interessantes não foram os únicos atrativos que fizeram dessas ações promocionais verdadeiros cases de sucesso. Estudos para saber as expectativas e anseios dos consumidores, comunicação integrada com os valores das marcas, estratégias inovadoras e apelos emocionais são os principais ingredientes dessas fórmulas vencedoras.
“Toda promoção deve estar inserida no que a marca é. Se a ação for criada de forma inteligente, respeitando os valores da marca e dos consumidores, não tem porque não dar certo”, afirma Julio Moreira, Professor de Branding da Pós-Graduação em Comunicação da ESPM. Para o professor, esse foi um dos motivos pelos quais a promoção dos Mamíferos da Parmalat se tornou inesquecível. “Eles já tinham uma comunicação que utilizava os mamíferos e usavam o conceito antes de lançarem a promoção”, explica.
Promoções fazem Coca-Cola ser amadaÉ pensando nesses valores de marca que a Coca-Cola elabora suas promoções. “Não fazemos só por fazer. A ação tem que estar a favor da grande ideia que a marca quer comunicar, ela deve estar integrada com os nossos principais valores”, afirma Ana Paula Castello Branco, Diretora de Execução de Marketing da Coca-Cola Brasil.
Anualmente a empresa realiza pesquisas que medem o “amor” dos consumidores pela marca em todo o mundo. O Brasil é o lugar onde é registrado o maior sentimento pela Coca-Cola. Para  manter esse índice elevado, realizar promoções se tornou essencial.  “A promoção é uma forma de estreitarmos o relacionamento com esses consumidores. Eles guardam um pedaço da Coca-Cola como parte de sua vida e isso é muito importante para manter o amor à marca”, afirma Ana em entrevista ao Mundo do Marketing. 
A Coca-Cola realiza pelo menos uma grande ação promocional por ano. Em época de eventos grandes como a Copa do Mundo, esta estratégia é maior. Neste contexto, a companhia já realizou campanhas inesquecíveis como as que deram Ioiôs, Mini-Craques (foto) ou Geloucos.
Mudança de hábitosEssas promoções são um pouco diferente das que a Coca-cola realiza hoje. A distribuição de brindes não é mais o foco, mas sim a experiência de marca. “Uma coisa não exclui a outra. Depende do momento, do objetivo e até do que temos para oferecer para o consumidor”, afirma a executiva. A promoção da marca durante a Copa do Mundo desse ano levou torcedores para entrarem em um jogo junto com a seleção brasileira e fez com que eles criassem uma comemoração virtual para os gols da competição. As ações parecem ter dado certo, já que uma pesquisa colocou a marca entre as mais “amadas” da Copa do Mundo.
Mas essa não foi a única pesquisa realizada sobre a ações da companhia. A própria empresa monitora suas ações para saber o que os consumidores esperam e o que lembram. Segundo Ana Paula Castello, estudos mostram que 96% dos brasileiros se recordam de pelo menos uma promoção que a Coca-Cola realizou, enquanto 40% já participaram de alguma.
A Copa do Mundo é um dos eventos que mais permitem a criação de grandes promoções e adesão do consumidor. Um exemplo disso é a que tem o apresentador Faustão como garoto-propaganda. O Torpedão do Faustão uniu Tim, Claro, Vivo e Oi em uma ação que permitiu ao consumidor que comprasse um pacote de mensagens SMS concorresse a milhões de reais, carros e outros prêmios de altor valor.
 SMS no lugar do sorteio de cartasPromoções que usam o SMS como forma de inscrição são comuns atualmente. Aqui no Brasil, a Pepsi foi uma das pioneiras em ações com essa ferramenta. Em 2005, a Se Liga no Celular, criada e executada pela Future Group, lançou o serviço no país. Mas foi só no ano seguinte, mais uma vez durante a Copa do Mundo, que o recurso se popularizou de vez. Com a famosa promoção “Dá Dá Dá”, a empresa mobilizou oito milhões de consumidores que enviaram cerca de 25 milhões de torpedos.
“O SMS incluiu a classe A, que antes quase não participava de promoções. Além disso, pesquisas nos mostram que os consumidores confiam mais em torpedos do que nas cartas”, analisa André Frota, Presidente e Fundador da Future Group. O executivo afirma também que a ação com o torpedo é mais eficaz para as empresas, já que, em muitos casos, para participar devem ser enviados códigos disponíveis em determinados produtos. “A empresa pode ter mais controle, sabendo que tipo de produto foi consumido, quando e onde”, explica Frota.
Mas a inovação não foi o único motivo do sucesso de “Dá Dá Dá”. Um conjunto de prêmios atraentes como alta quantia em dinheiro e um iPod por hora e, é claro, divulgação e comunicação bem alinhados, foram essenciais nesse processo. “Nossos materiais de divulgação criavam um envolvimento e uma grande expectativa de ganhar”, conta Frota. Todo esse material foi distribuído principalmente nos pontos de venda. “É na gôndola que você pode ter o último contato com o consumidor. Nesse momento você lembra a ele que das chances de ganhar”, afirma.
Pelúcias ainda despertam desejo?A promoção da Parmalat que distribuiu mamíferos de pelúcia em 1996 está entre as mais famosas do Brasil. Lembrada até hoje, a iniciativa se tornou sinônimo de promoção bem sucedida no país e inspirou outras marcas a apostarem em formatos parecidos. Apesar de tentativas, às vezes até bem sucedidas, poucas ações conseguiram criar relações tão fortes com os consumidores quanto a da marca de laticínios.
“Foi uma campanha memorável. Os mamíferos já faziam parte da comunicação da marca, o público gostou e eles aproveitaram para lançar a promoção”, afirma Júlio Moreira, da ESPM. O momento e a comunicação alinhada com o posicionamento da marca distribuiu mais de 15 milhões de pelúcias, muito acima do um milhão e 200 mil que foram fabricados inicialmente. A ação fez com que o reconhecimento de mercado do leite da Parmalat passasse de 14% para 94% - segundo informações do estudo Porque Nós Somo Mamíferos! A Construção da Identidade Publicitária do Leite Parmalat e sua Relação com o Público Consumidor.
Promoções com pelúcias voltaram à moda esse ano. Primeiro foi a Gelateria da própria Parmalat, depois a Bauducco e em seguida a Nestlé. Embora todas tenham contado com grandes investimentos e expectativas, principalmente a da Nestlé que contou inicialmente com um “programa” que foi ao ar nos intervalos da novela Passione antes do lançamento da promoção – de forma parecida como a Parmalat lançou a sua na década de 1990 – nenhuma conseguiu o mesmo sucesso que a primeira.
Prêmio congelado no palito“Por que esse sucesso não consegue ser repetido é a questão de um milhão de dólares. Se empresas como Unilever e Nestlé quiserem fazer promoções gigantescas elas fazem, mas talvez essa não seja uma necessidade no momento”, afirma Ivan Pinto, Professor da ESPM e Especialista em Branding. Para o profissional, hoje as empresas focam mais em ações de construção de marca no dia a dia e menos em ações tão grandiosas. “Grandes marcas continuam no coração dos consumidores sem ter que fazer tanto barulho. Não é obrigação do Marketing fazer algo grande”, explica o professor em entrevista ao Mundo do Marketing.
Por outro lado, realizar grandes promoções pode trazer muito reconhecimento para os profissionais que as criaram. É o caso da iPod no Palito, da Kibon. A iniciativa realizada em 2008 ficou marcada como uma das promoções mais inovadoras do Brasil. A ação foi uma releitura das promoções realizadas anualmente pela linha Fruttare da marca e com que as vendas crescessem 31% em relação à mesma estação do ano anterior.
A ação que trazia tocadores de música da Apple no lugar de sorvetes rendeu à Bullet, agência que criou a mecânica, dois Leões de Bronze no Festival de Cannes de 2008, os primeiros troféus brasileiros na categoria de Promo. Ao todo foram distribuídos de 10 mil iPods em 90 mil pontos de venda de todo o Brasil.