A ação da Rayovac repercutiu em todo o país. Porém, a Duracell acionou o departamento jurídico da Procter & Gamble a fim de retirar a sua marca da campanha elaborada pela sua concorrente. Além desta ação civil, a Duracell pede indenização e ainda enquadra a Rayovac em uma ação criminal contra a marca.
Apesar da briga, nenhuma das marcas envolvidas acredita em um “ataque”. Enquanto a desafiante Rayovac adota o discurso da “comparação entre os produtos” a Duracell entende que a campanha pecou ao “violar o direito de marca”. De uma forma ou de outra, o certo é que o imbróglio entre as marcas colocou pilha na concorrência entre as empresas. Resta saber qual delas vai durar mais.
Ataque X violação
De acordo com a legislação brasileira, para utilizar uma marca qualquer – que não seja a sua - em uma estratégia de comunicação, é preciso ter a autorização da mesma. E não foi isso o que aconteceu no desafio Rayovac X Duracell. “A Rayovac teve até o dia 3 deste mês para retirar a marca Duracell de suas peças. Além desta liminar, entramos com uma ação criminal contra a Rayovac por causa da utilização indevida do logotipo do produto”, explica Marcel Michelman, Gerente de Propriedade Intelectual da P&G para a América Latina e responsável jurídico da ação judicial, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Ao que parece, a Duracell não vê a propaganda feita por Rayovac como uma insulta. “Acreditamos que toda a concorrência é saudável e que o maior beneficiado com isso é o consumidor. Mas existem regras legais que devem ser observadas sob pena de gerar descrédito no mercado”, acredita Gabriela Onofre Editore, Diretora de Assuntos Corporativos da P&G do Brasil.
Concorrência X confiança
Além de atribuir, de certa forma, as características de seu produto ao concorrente, a Rayovac não contou com uma boa assessoria jurídica nesta estratégia. “Consultamos escritórios de advocacia especializados no assunto, de maneira que a propaganda fosse completamente ética e estivesse amparada nas leis que permitem a propaganda comparativa no Brasil”, afirma Thiago Melo, Gerente de Produto da Rayovac, ao site.

Para alguns consumidores a Rayovac atacou a Duracell. Para outros, esta é uma oportunidade que a Rayovac criou para ganhar mercado e visibilidade. No meio das opiniões diversas, manter a confiança do consumidor no produto depois desta ação não é um desafio para a Duracell. “Não entendemos que deva ter havido uma quebra de confiança do nosso consumidor. Só haveria quebra de confiança no caso de queda da qualidade e esse não é o caso. Nos limitamos a tomar as providências legais. Quem, no fim das contas, decide esse tipo de situação é o consumidor”, completa Gabriela Onofre, da P&G.
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/9,14577,rayovac-x-duracell-concorrencia-acaba-no-tribunal.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário